quarta-feira, 9 de março de 2011

Amor?

Ô, coisa difícil hoje em dia esse negócio de amor. Não desses amores instantâneos que se declaram a torto e a direito por aí, como se só precisasse adicionar água quente e um tantinho de tempero, mas daqueles de dar gosto, de durar uma eternidade. Ou uma intensidade, como pretenderia o poeta.

Não há mais amor à causa, ou à camisa. Amor não tem gosto, cheiro, forma ou cor. Não dá pra tocar, pra descrever, é um disse me disse danado. Não dá pra tirar foto e compartilhar nas redes sociais, pra todo mundo ver que você tem e eles, talvez, não.

Amor não tem etiqueta, grife, não está na moda, as amigas não podem morrer de inveja.

Não dá pra morar nele, ou dirigi-lo até um lugar bacana pra todo mundo ver que você tem.

Não tem de todas as cores e tamanhos, não vem coberto em prata, ouro, platina, sequer chocolate!, cravejado de brilhantes ou cristais Swarovsky. Tem nem como avaliar, botar um preço, levar a leilão. Não serve de investimento, seu valor não rende nada ao longo do tempo.

Deve ser por isso que ninguém mais sabe o que é, ou entende quando sente. Algo assim, tipo gentileza ou vergonha, acho que se perdeu em meio a tantas outras coisas, como a falta de tempo.

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