domingo, 4 de novembro de 2012

Platônico

Marcelo e Catarina não deveriam se apaixonar.

Ela já estava no banco há algum tempo, tinha acabado de mudar de área, muito ainda pra aprender. Ele, novo na casa, a reputação o precedia. Era genial, tinha chegado pra inovar.

Foi bater os olhos em Marcelo pra Catarina se encantar.

Mas eles não podiam se apaixonar.

Ele, recém-saído de um casamento, filho ainda pequeno, a última coisa que precisava era se envolver com uma menina do trabalho. Ela, sempre responsável, jamais misturaria as coisas. Mais ainda com o chefe.

Só que o sorriso de Catarina era difícil de ser ignorado.

Mas eles não queriam se apaixonar.

Pois todo dia, quando chegava, Catarina parava pra cumprimentar Marcelo com um beijo carinhoso no rosto e um abraço mais apertado. E quando ele ia embora, jamais o fazia sem antes se despedir dela.

- Vai pra casa. Dorme bem.

E assim foi entre os dois. Passaram-se os dias, os meses. Eles nunca se apaixonaram, seria inapropriado.

Nunca se apaixonaram, mas se amaram sincera e profundamente em cada chegada e partida.

Como se nada mais houvesse além daqueles breves momentos em que eles estavam nos braços um do outro.

2 comentários:

Maurilio disse...

Não externar o amor para mostrá-lo externado, amar por e para dentro... Amor que é bonito de sentir e feio de se ver... São tempos realmente peculiares, esses.

Deka Pimenta disse...

Tem amor pra ser amado assim: silencioso, sincero, eterno e alimentado de lembranças. Mas só isso.