Marcelo e Catarina não deveriam se apaixonar.
Ela já estava no banco há algum tempo, tinha acabado de mudar de área, muito ainda pra aprender. Ele, novo na casa, a reputação o precedia. Era genial, tinha chegado pra inovar.
Foi bater os olhos em Marcelo pra Catarina se encantar.
Mas eles não podiam se apaixonar.
Ele, recém-saído de um casamento, filho ainda pequeno, a última coisa que precisava era se envolver com uma menina do trabalho. Ela, sempre responsável, jamais misturaria as coisas. Mais ainda com o chefe.
Só que o sorriso de Catarina era difícil de ser ignorado.
Mas eles não queriam se apaixonar.
Pois todo dia, quando chegava, Catarina parava pra cumprimentar Marcelo com um beijo carinhoso no rosto e um abraço mais apertado. E quando ele ia embora, jamais o fazia sem antes se despedir dela.
- Vai pra casa. Dorme bem.
E assim foi entre os dois. Passaram-se os dias, os meses. Eles nunca se apaixonaram, seria inapropriado.
Nunca se apaixonaram, mas se amaram sincera e profundamente em cada chegada e partida.
Como se nada mais houvesse além daqueles breves momentos em que eles estavam nos braços um do outro.
2 comentários:
Não externar o amor para mostrá-lo externado, amar por e para dentro... Amor que é bonito de sentir e feio de se ver... São tempos realmente peculiares, esses.
Tem amor pra ser amado assim: silencioso, sincero, eterno e alimentado de lembranças. Mas só isso.
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